Tens a autoconfiança necessária para alcançar os teus objetivos?

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Helena Martins

Ter autoconfiança é importante para ser bem-sucedido em todas as áreas de vida, desde a manutenção de saúde e bem-estar emocional e psicológico, à criação de relacionamentos saudáveis ou de uma carreira profissional de sucesso. Pode também ajudar-nos a lidar com conflitos e a negociar soluções que defendam os nossos interesses. Quando temos autoconfiança, temos a convicção profunda de que somos capazes de realizar com sucesso as tarefas que precisamos levar a cabo. Isso confere-nos a segurança necessária para que alcancemos as nossas metas e objetivos.

Porque perdemos a confiança em nós próprios?

Muitos fatores podem estar por detrás de uma autoconfiança fragilizada:

  • Ter sido vítima de humilhações, de ameaças e de qualquer tipo de abuso físico ou psicológico
  • Ter sido sujeito a excessiva proteção por parte dos cuidadores
  • Experiências de vida que deram origem a fracassos e frustrações
  • Não se conhecer a si próprio nem valorizar as suas capacidades e talentos
  • Ter uma personalidade insegura e dependente das opiniões alheias
  • Sofrer ou ter sofrido deceções amorosas
  • Ser despedido ou perder o seu posto de trabalho

Integridade pessoal como chave para a autoconfiança

Para mim, um dos fatores primordiais para se ter autoconfiança passa pela integridade. Assim, quando as tuas palavras, os teus comportamentos e ações estão em comunhão com os teus ideais, crenças e valores podemos dizer que tens integridade. Quando o fazes de forma natural e consistente, não tens como não confiar em ti mesmo. A tua autoestima solidifica-se e consegues atender as tuas necessidades e objetivos.

Pelo contrário, quando o teu comportamento entra em conflito com os teus valores ou ideais, não te estás a respeitar. E quando fazes disso um hábito, deixas de ser quem és na tua essência. Deixas de confiar em ti próprio. Podes fazê-lo devido a determinados motivos. Os mais comuns são os de procurar agradar aos outros, quer seja para evitar conflitos ou para segurar aquele emprego em que se está somente por questões de sobrevivência.

Por um motivo ou por outro, já todos nós tivemos de agir de forma incongruente com a nossa essência. Já todos nós dissemos sim quando desejaríamos dizer não. Já todos nós esboçámos um sorriso quando gostaríamos de proferir um palavrão.

Não é fácil ser-se íntegro. Mas esta é a peça chave para ter uma boa autoconfiança. É fundamental ser-se coerente com os seus valores e ideais. Como podes acreditar em ti mesmo se, por exemplo, tiveres por costume dizer uma coisa e depois fazer uma outra completamente diferente? Ou se fizeres sistematicamente algo que não está de acordo com os teus valores e ideais?

Integridade pessoal como chave para a autoconfiança. Rapariga junta duas peças de um puzzle que se encaixam na perfeição.

Mentalidade de crescimento e autorresponsabilidade

Muitas pessoas pensam que a autoconfiança se adquire com sucessos continuados. Contudo, a confiança em si próprio não depende do sucesso. Na realidade, alguém poderá até acumular fracasso após fracasso e manter a sua autoconfiança sendo capaz de persistir até alcançar os seus objetivos.

A autoconfiança advém de uma mentalidade de crescimento e transformação contínua. Alguém autoconfiante acredita nas suas capacidades e procura ser melhor a cada dia. Por outro lado, quem não está disposto a responsabilizar-se pelo estado da sua vida, tem dificuldade em tornar-se autoconfiante.  

É necessário deixar de parte a tentação de adotar uma postura de vítima. Ser vítima pode ter os seus benefícios ocultos, todavia significa estar dependente de alguém. Significa não ter o controlo da sua própria vida. Quando isso acontece torna-se impossível ter autoestima e autoconfiança.

Somente podemos ser responsáveis pelo que está sob o nosso controlo. E sob o nosso controlo estarão certamente as nossas ações e comportamentos. O passado pode não ter sido generoso para nós, mas está sempre nas nossas mãos colocar um ponto final nesse passado para poder andar em frente com a nossa vida. O passado poder ter sido terrível, porém o presente e o futuro podem ser diferentes.

Assim, perdoa o passado e focaliza-te no presente. Aprende a apreciar o que hoje tens de bom. Não tragas coisas negras do passado para o presente, a não ser que seja para efetuares um trabalho de cura. Se precisares de fazer esse trabalho, procura a ajuda de um profissional competente. Quando curas bloqueios do passado, estás também a abrir espaço para que a autoconfiança possa surgir.

A relação entre o nosso corpo e as emoções

À medida que crescemos, adotamos crenças acerca de quem somos. Formamos os nossos valores e regras para a vida, baseados na nossa família e meio envolvente. Como um espelho, o nosso corpo está sempre a comunicar ao mundo quem somos. Se acreditarmos que somos fracos, os ombros e a cabeça descaem. Se acreditarmos que somos fortes e válidos, os ombros e a cabeça erguem-se. Até a forma de andar reflete como nos sentimos e o que pensamos acerca de nós próprios e do mundo.

Apercebemos autoconfiança em alguém desde o primeiro momento em que estabelecemos contacto visual com essa pessoa. Não precisa sequer de falar. A sua expressão, postura e gestos dizem mais do que mil palavras. A forma como olha, os movimentos do seu corpo, a própria respiração, tudo fala por si só.

Quando comunicamos não utilizamos somente as palavras, ou a entoação de voz. Quando comunicamos todo o nosso corpo fala, mesmo que não tenhamos consciência disso. Como é sabido, a linguagem não verbal contribui em maior escala para a comunicação do que a própria linguagem verbal.

Se não és, finge que és…

E agora vem a parte mais interessante. Um estudo de Simone Schnall e James Laird, professores numa Universidade dos EUA, mostrou que se alguém agir como se estivesse a sentir determinado estado emocional, então acabará por sentir essa emoção. Ou seja, se alguém quando se sentir triste fizer de conta que está alegre, poderá acabar por experimentar alegria.

Segundo essa teoria, o falso estado emocional vai acabar por induzir a mesma resposta por parte do cérebro do que se fosse verdadeiro. Por incrível que pareça, endorfinas, as chamadas hormonas da felicidade, vão ser libertadas no sangue, quer se trate de um estado emocional verdadeiro ou induzido.

“Para ser um grande campeão, precisas acreditar que és o melhor. Se não és, então finge que és”.

Muhammad Ali

Nesse sentido, experimenta agir como se estivesses de bom humor, principalmente quando não estejas. Se conseguires agir como alguém que se sente bem, o teu estado interno irá modificar-se e a tua vibração irá elevar-se.

Da mesma forma, quando te sentires desconfortável perante uma situação que te causa insegurança, experimenta fazer de conta que estás descontraído e seguro de ti. Talvez descubras que as outras pessoas te vão aperceber como tendo as caraterísticas que estás a fazer de conta. Vais igualmente começar a sentir-te exatamente desse modo pois essa perceção, apesar de não ser verdadeira, desde que mantida como tal, irá tornar-se realidade.

As Poses de Poder

A postura do corpo e a fisionomia poderão afetar o nosso estado emocional. Amy Cuddy, psicóloga, investigadora e palestrante, ao estudar o modo como o comportamento não verbal pode influenciar os seres humanos, afirmou que adotar poses relacionadas com poder contribui para aumentar a hormona da confiança. Ao mesmo tempo, verifica-se a descida do cortisol, hormona do stress.

Temos o poder de mudar a forma como nos sentimos ao controlar o modo como nos movemos e a forma como nos apresentamos. Ou seja, ao mudar o nosso estado físico, podemos mudar o nosso estado interno.

Várias imagens ilustrando quais são algumas das poses de poder.

Assim, manter uma postura ereta, com os ombros alinhados e descontraídos, será um passo para transmitir uma linguagem corporal de poder. O queixo deverá estar moderadamente para cima, e o olhar direcionado para a frente e nunca para o chão. Importante será também estabelecer contacto visual com o seu interlocutor, evidentemente sem cair no erro de se tornar insistente. O sorriso é igualmente considerado um sinal poderoso de autoconfiança e confiabilidade.

A evitar, será mostrar inquietação através de gestos, como por exemplo bater com os nós dos dedos em superfícies, balancear as pernas quando se está sentado ou coçar o nariz. Da mesma forma, manter os braços cruzados é considerada uma postura defensiva.

Por hoje, observa a forma como manténs o teu corpo. Está a transmitir ao mundo uma mensagem que te empodera? Que sentimentos revela? Cansaço, harmonia, honestidade, falsidade, ciúmes, arrogância, inveja, depressão? Simplesmente observa.

Coloca-te em frente a um espelho e treina os teus músculos faciais, o posicionamento dos teus ombros, a forma como respiras. Rapidamente, verificarás uma mudança. O que sentimos e pensamos afeta a nossa postura. Mas a nossa postura também afeta o que sentimos e pensamos.

Ser-se positivo para ganhar autoconfiança

Se quiseres ser mais autoconfiante, precisas estar disposto a mudar o teu estado de humor, que como sabes é influenciado pela forma como te sentes. Podes mudar o teu estado de humor em qualquer altura, independentemente do ambiente em que te encontres e das pessoas que te rodeiam. Como fazê-lo?

O mais importante será certamente ter uma mentalidade positiva. Muitas pessoas me questionam como é isso possível quando tudo à sua volta é negativo. Eu respondo que é tudo uma questão de foco. Aquilo em que te focalizas determina a tua realidade. Assim sendo, focaliza-te no que de bom acontece e não do que de mau acontece. Esforça-te por ver o lado bom em todas as situações.

Não há nada que seja absolutamente negativo, tal como não há nada que seja absolutamente positivo. Um dia lindo de sol será à partida uma coisa positiva, não concordas? Contudo, eu posso escolher focalizar-me no lado negativo, por exemplo pensando que está um dia lindo de sol e eu não posso sair para ir passear. Vês o que é desviar o foco para o negativo?

Quando pensas de uma forma positiva estás a escolher pensamentos que te dão poder, ao invés de pensamentos que te limitam. Uma mente que se focaliza na positividade chega mais longe do que aquela que se foca na negatividade.

Diferenças entre autoestima e autoconfiança

Em termos gerais, autoestima tem a ver com o gostar-se e aprovar-se a si mesmo. A autoconfiança refere-se mais à perceção de se ser competente na execução de determinadas tarefas essenciais. Mesmo que cometa erros ou seja sujeita a fracassos, a pessoa autoconfiante acredita que fará melhor e que acabará por ser bem-sucedida.  Ter autoconfiança é conhecer-se ao ponto de acreditar em si mesmo, nas suas competências e talentos.

A autoconfiança é, sem dúvida, um dos pilares para a autoestima. Para teres uma autoestima saudável precisas de gostar de ti próprio e para gostares de ti próprio precisas de ter confiança em ti.  

Afastar a insegurança para ganhar autoconfiança

Na medida em que aquilo em que acreditas cria a tua realidade, não dês crédito a tudo o que ouves dizer. Quando alguém te disser que jamais poderás alcançar determinada coisa, apercebe-te que essa pessoa não se está a referir às tuas possibilidades e sim à sua própria crença de não conseguir alcançar essa determinada coisa.

Para fazer é preciso acreditar que se é capaz. Um jovem consegue voar por cima de edifícios num skate porque tem autoconfiança.

Só tu podes falar por ti e decidir que és capaz de ser quem tu quiseres ser. Precisas de acreditar em ti e nas tuas capacidades. Tu podes, contra tudo e contra todos, “jogar todas as tuas fichas na construção dos teus sonhos”. Mesmo que ninguém da tua família o tenha feito, mesmo que ninguém do teu círculo social o tenha conseguido fazer.

Afastar a insegurança e acreditar em ti é o melhor feito que podes realizar para ganhar autoconfiança. Se acreditares que és capaz, então garanto-te que serás capaz. Se pensares que consegues chegar a determinado lugar, é mais do que certo que chegarás. É só uma questão de tempo até encontrares caminhos para chegar onde queres chegar.

*Helena Martins é Terapeuta e Coach com foco em Propósito de Vida e Transformação Pessoal. Nas suas consultas utiliza ferramentas do Life-Coaching, da Terapia Transpessoal, do Método de Louise Hay e da Psicossomática.

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